Não sei se me pergunto:
O que estou
fazendo aqui?
Ou
O que estou
fazendo lá?
Muitos me criticam por
deixar a minha vida passar enquanto fico de cabeça baixa lendo livros, mas foi
por esta causa que cheguei onde estou, às janelas dos ônibus não me encantam
mais, o transcorrer das pessoas não me inspiram, por motivo de algumas fechei
os olhos para outras parando de me elevar para poetizá-las.
Nesta etapa da minha
vida pondero-me como uma farsa. Estou ocupando uma vaga que não é reservado a
mim na tentativa de ser parecida aos outros porem, Deus acabou-me colocando
numa vaga de exclusiva, agora me sinto uma intrusa, contra a lei da sociedade, noto-me
perdida sem saber qual o meu lugar, se é de onde parei ou onde estou.
Quando compreendi onde
estacionei arrisquei seguir em frente, mas há uma barreira impedindo, olho para
os lados e existem linhas delimitando assim como, os que estão ao meu lado.
Quando observo ao redor os meus vizinhos estão com os vidros escuros levantados
e completos por dentro, enquanto eu com os vidros claros sem nada ainda para oferecer,
não haveria a necessidade de colocar-me em vaga exclusiva, mas eu não quero
voltar, contudo não sei como prosseguir.
Sem metáforas. Um tempo
atrás ouvi um questionamento: “Se você não esta sendo lembrada para as festas
de casamento, aniversários e viagens, será que a sua vida esta valendo à
pena?”. Esta frase nunca mais saiu da minha cabeça. A felicidade não esta nas
conquistas, méritos e sim, nos momentos e convívios, o maior troféu são as
pessoas que passarão por você e algumas que permaneceram, não os papeis mais
valiosos que conseguirá obter, pois terá um momento que pagara caro por uma
vaga que estará ocupando e não terá nenhuma base ou lugar para respirar.
Esta estacionada
temporariamente em um lugar esta sendo o meu refugio dos barzinhos solitários que
me ensurdecem com as gargalhadas das mesas vizinhas, dos shows em que não tenho
alguém para me sustentar quando estiver cansada, das idas ao cinema onde as poltronas
do lado estão vazias e as saídas aos restaurantes em que tenho que sentar em
uma mesa preparada para duas pessoas. Não sei ate quando continuarei a praticar
essas paradas e quando criarei coragem de prosseguir uma viagem interruptamente,
perceber que a vida é uma turnê solitária e que às vezes não existem probabilidades
de conhecer um co-piloto.
Sinto-me invisível
diante do momento que vivo, pessoas com relações diárias diferentes da minha,
planos e metas calculadas e eu ainda na procura do meu significado, do meu eu. Mas,
vou continuar já que a felicidade mora no caminho e não no destino final. A letra
de uma certa musica, em que escuto agora com olhos marejados, diz que tudo no mundo
tem um preço, não podemos ser felizes por completo, Deus não nos oferece o que
tanto desejamos para nos presentearmos com algo melhor, não poderemos ter medo,
quando Ele nos dá uma vitoria suspiremos e nas derrotas aprenderemos. Andar,
caminhar, estacionar por um tempo em um lugar que traga algo positivo, mas
nunca parar.
OBRIGADA POR LEREM!!!!!!!!!!!